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Mínimo será de R$ 465
21/1/2009

Lula confirma valor a sindicalistas em reunião que discutiu medidas para conter demissões
BRASÍLIA - O governo federal anunciou ontem o novo valor do salário mínimo. A partir de 1º fevereiro, o piso nacional passará a R$ 465, reajuste de 12,05%. Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sindicalistas chegaram a pedir reajuste de 15% para o mínimo, redução de dois pontos percentuais da taxa básica de juros, ampliação do número de parcelas do seguro-desemprego e garantia de estabilidade. No dia em que o Ministério do Trabalho e Emprego anunciou o fechamento de 654.946 vagas formais em dezembro, as centrais tentaram obter do governo compromisso de endurecer com empresários e frear a onda de demissões.

Saíram da reunião com a promessa do Planalto de criar câmaras setoriais para apresentar medidas específicas nas áreas mais atingidas, de convocar os 50 maiores investidores privados para saber seus planos e se reunir amanhã com representantes de bancos públicos e algumas instituições privadas, para discutir os juros. “O presidente Lula se mostrou sensível à necessidade de se reduzir os juros no Brasil”, disse o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Arthur Henrique.

Entre as mudanças propostas pelos trabalhadores, estão ainda a redução da alíquota do INSS recolhida na folha de pagamento, de 20% para 14%, e a isenção temporária da contribuição dos empregadores, de 1% a 3%, repassada ao Sistema S, verba voltada à qualificação gratuita e ao lazer dos empregados — uma provocação da CUT à Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo).

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, disse que a indústria paulista recebeu R$ 2,97 bilhões em recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) entre janeiro de 2006 e março de 2008, segundo levantamento do ministério. Os dados foram apresentados em resposta ao desafio feito ao governo pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf, para que apresentasse uma lista com as empresas que receberam socorro público.

Segundo Lupi, momento de crise não é ideal para retirar direitos dos trabalhadores: “Precisamos chegar a um acordo que não prejudique os trabalhadores. O Brasil, que pertence ao contexto globalizado, sofreu em dezembro com a crise. Já conversei com o presidente Lula sobre novas medidas que poderão ser adotadas para defender os trabalhadores. Todas as medidas têm como foco a geração de emprego”. Hoje, metalúrgicos do ABC paulista promovem manifestações em defesa dos empregos e dos salários.

Em meio às más notícias, 4 mil metalúrgicos da fábrica da Volkswagen de Taubaté (SP) festejaram a efetivação de 450 trabalhadores, a renovação do contrato de outros 200 e a redução da jornada em até 25 dias neste ano sem prejuízo dos salários. A assembléia que aprovou o acordo reuniu, ontem, metalúrgicos dos dois turnos da montadora. O contrato de 800 empregados terminaria em fevereiro, mas a empresa optou pela prorrogação para a maioria.
 
Fonte: O Dia, 20 de janeiro de 2009. Na base de dados do site www.endividado.com.br.

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